IGP-M ou IPCA? Entenda a diferença entre eles para o reajuste do aluguel!

Entender quais são as diferenças entre IGP-M ou IPCA é essencial para quando for fazer o reajuste do aluguel. Afinal, cada um possui suas próprias características, bem como alguns prós e contras no setor de imóveis.

IGP-M ou IPCA
Foto de Tiger Lily no Pexels

Porém, ainda há muitas pessoas que não sabem para que servem e como funcionam, além de confundi-los. Sendo assim, para entender melhor sobre esses índices e como influenciam no reajuste do aluguel, basta continuar lendo esse conteúdo.

IGP-M ou IPCA para o reajuste do aluguel?

É bem provável que você tenha se assustado ao ir ao mercado e se deparar com o aumento dos preços de produtos de um mês para o outro, não é mesmo? Nos últimos meses, o preço do arroz, gasolina e de vários outros itens sofreu aumento.

E, na maioria das vezes, nosso bolso não consegue acompanhar esses aumentos. A variação dos preços é medida através de índices conhecidos como IGP-M e IPCA. Ambos são responsáveis por medir e inflação e exibem como anda o custo de vida dos brasileiros diante dessas mudanças.

No entanto, isso não quer dizer que ambos sejam sempre iguais. Pois, há uma diferença enorme entre ambos, conforme a situação e, tanto um quanto outro, também estão presentes no setor de imóveis.

Ao assinar um contrato de imóvel, tanto como inquilino quanto como proprietário, é comum que apareçam algumas dúvidas sobre. Ainda mais, para quem nunca havia feito isso antes.

Entre essas dúvidas, uma das mais comuns, seja para quem irá pagar ou para quem irá receber, é em relação ao cálculo do valor do aluguel. Muitas pessoas ficam em dúvida sobre os índices de reajuste do aluguel, o que são e como funciona para definir a mudança nos valores do contrato.

Durante muito tempo, o IGP-M foi usado como principal indicador para reajustar o aluguel. No entanto, devido a sua natureza volátil, forçou o mercado imobiliário a prestar mais atenção ao IPCA, a inflação oficial do Brasil.

Cada vez mais tem sido comum algumas imobiliárias optarem pelo IPCA, na hora de fazer o reajuste do aluguel. Enquanto ainda há aquelas que ficam na dúvida sobre qual seria uma opção mais vantajosa.

Bem, antes de decidir, é preciso conhecer quais são as principais diferenças entre ambos.

O que é IGP-M?

Quando se trata de índice de inflação, não é incomum que a maioria das pessoas acabe por confundir o IGP-M com o IPCA. Além disso, muitos não entendem como funcionam e o modo como geram impactos ao valor final do bem adquirido.

O IGP-M, ou Índice Geral de Preços de Mercado, por sua vez, conta com o objetivo de fazer um registro da inflação dos preços. Esse registro abrange desde as matérias-primas agrícolas, até bens e serviços, como o aluguel de imóveis, por exemplo.

A Fundação Getúlio Vargas (FGV) é a responsável por calculá-lo que, por sua vez, é medido por meio de outros índices:

  • 60% do Índice de Preços por Atacado – Mercado (IPA-M);
  • 30% do Índice de Preços ao Consumidor – Mercado (IPC-M); e
  • 10% do Índice Nacional de Custo da Construção – Mercado (INCC-M).

Para isso, o cálculo é feito levando em conta os preços, a partir do dia 21 do mês anterior e vai até o dia 20 do mês atual.

Por que ele influencia no reajuste de aluguel?

Entre os vários itens que esse índice mede, se encontram alguns bens de consumo, como o preço de frutas e legumes, por exemplo. Além dos preços de bens de produção, incluindo materiais de construção e matérias-primas.

Dessa forma, entre sua função está o reajuste de vários setores, incluindo o do aluguel. Vale notar que esse índice é cumulativo e por ser mais sensível ao dólar e aos preços das commodities, como a soja e milho, esse índice aumentou muito acima da inflação.

Reajuste de Aluguel
Foto de Maitree Rimthong no Pexels

O IGP-M acumulou mais de 35% nos últimos 12 meses, até julho desse ano, enquanto no mesmo mês de 2020, o seu acumulado era de 7,31%, em 12 meses. Ao passo que o IPCA acumulou uma alta de quase 9% nos últimos 12 meses, até junho desse ano e 2,13% em junho de 2020.

Embora não seja obrigatório, o IGP-M é o índice mais usado para os contratos de locação. Ou seja, se o seu contato de aluguel for completar um ano esse mês, significa que você terá um reajuste de cerca de 35%.

Por isso, muitos estão optando pelo IPCA para fazer o contrato de aluguel. Além disso, vale notar que você pode tentar fazer um acordo com o proprietário do imóvel, que altere o valor final do contrato.

Para facilitar o seu entendimento, imagine o seguinte: caso você tenha pago R$ 1.200 de aluguel nos últimos meses, o próximo mês será o de reajuste. Se o valor ajustado levar em conta o IGP-M, então o valor será multiplicado por 1,3383, cujo total seria de R$ 1.605,96.

Mas, como você já sabe, as imobiliárias tem outra opção para basear o reajuste do aluguel, que é o IPCA. Para entender melhor o que é, como funciona e quais são as diferenças desse índice, veja logo abaixo.

O que é IPCA?

Já o IPCA, ou Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo, é, de forma resumida, o indicador oficial de inflação no país. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, conhecido popularmente como IBGE, é o responsável por fazer o seu cálculo, do dia 1º até o último dia de cada mês.

Por se tratar de uma abrangência nacional, é feita a análise de mais de 460 itens, como comércios, prestadores de serviços, entre outros. Ao contrário do IGP-M, o IPCA restringe-se à análise do custo de vida das famílias, cuja renda mensal varia entre 1 a 40 salários mínimos.

O intuito do governo é usar esse índice como base para avaliar se a meta prevista da inflação está de acordo.

Por que ele influencia no reajuste do aluguel?

Embora o IGP-M, seja considerado como o parâmetro oficial para regular os reajustes de imóveis, há muitas imobiliárias que preferem usar o IPCA. Com o intuito de parar o aumento do outros, que tem tornado inviável fechar ou renovar alguns contratos.

Para você entender melhor, no começo de julho de 2021, foi divulgado pelo IBGE o número atualizado: 0,53%. Em comparação com o IGP-M, não há tanta diferença, contudo, o acumulado do IPCA é cerca de 9% nos últimos 12 meses até julho do corrente ano, como dito acima.

Isso significa que a alta do setor de habitação, em especial, foi de 1,10% no mês analisado. Ainda mais, em decorrência do aumento da energia elétrica.

IGP-M ou IPCA: qual é a melhor opção para incluir no contrato imobiliário?

Até o momento, a Lei do Inquilinato não define apenas um dos índices a ser usado para fazer o cálculo do reajuste anual do aluguel. Em outras palavras, o locatário e locador podem decidir entre qualquer uma das opções que, na maioria das vezes costuma ser o IGP-M.

Contrato Imobiliário
Foto de Karolina Grabowska no Pexels

Mas, como você já sabe, o aumento constante desse índice tem feito com que muitas imobiliárias mudem essa questão. Por outro lado, vale ressaltar que não é sempre que esses índices apresentam uma diferença tão grande entre eles.

Aliás, a crise causada pela pandemia foi a grande responsável por fazer com que ambos tenham essa diferença gritante.

IPCA ou IGP-M?

De acordo com a FGV, nenhum dos dois são indicados para reajustar o aluguel, pois, não foram criados para atuarem como indexadores do mercado imobiliário. O IGP forma-se pelo IPA, que reúne os preços do setor industrial.

IPC, que mede o consumo das pessoas e, por fim, o INCC, que mede os custos da construção civil. Como já foi dito, com base na desvalorização dos preços das commodities, o resultado foi um grande aumento do IGP-M.

Ao passo que o IPCA, embora não tenha aumentado tanto, ainda não é uma boa opção para influenciar o reajuste do aluguel. Então, qual seria o melhor? Bem, o ideal seria um indicador que tivesse uma maior abrangência nacional e participação de mais imobiliárias.

Na opinião de alguns especialistas, a melhor escolha sobre qual índice incluir no contrato de aluguel é a livre negociação entre o locador e locatário.

Levando em conta a alta taxa de desemprego, que chegou a mais de 15 milhões de pessoas, ainda no meio do ano e a renda de inúmeros inquilinos que sofreu prejuízos. Ou seja, quando for alugar um imóvel, o ideal é escolher alguma imobiliária que torne esse processo mais fácil.

Ao considerar o orçamento familiar e condições financeiras do locatário é também essencial conhecer mais sobre esses indicadores para entender melhor quais são os seus direitos.

Conclusão

Viu para que serve e quais são as principais vantagens entre IGP-M e IPCA? Apesar de serem índices, cada um tem suas próprias especificações e, por isso, há uma diferença entre cada um.

Na hora de decidir qual escolher para fazer o reajuste de seu aluguel, pense bem em qual será melhor para você. E, caso tenha gostado desse conteúdo, não esqueça de compartilhar com os seus amigos!

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